ABZ | 60. A psicologia na escola. Parte 2
Mais do que remediar, a psicologia pode trazer oportunidades de desenvolvimento
Olá
Os meses de fevereiro e março foram mais cheios, com algumas viagens e outros projetos que ocuparam também os fins de semana.
Neste tempo aconteceram mais dois webinars do Ciclo de Psicologia na Escola.
Em fevereiro falamos de Violência no Namoro: como nutrir relações saudáveis. referimos exemplos dos diferentes tipos de violência: desde a física, à verbal, sexual, social ou digital. E não ficámos por aqui. O foco do que trabalhámos foi a prevenção. O que pode ser feito na sala de aula que pode ajudar na promoção das relações saudáveis. Como pode ser o/a professora/a um modelo para a construção dessas relações. Como podemos ensinar a dizer “não”, a descobrir a nossa identidade, ou a mostrar a importância da escuta.
No final alguém dizia. O mais importante para mim neste webinar? - “Deixou-me a pensar no que faço na sala de aula”
E eu? Acabei mais um dia de trabalho com um sorriso, também cá dentro.
Obrigada a todos os participantes das Escolas de Matosinhos que se interessaram em saber mais e fazer melhor na sua sala de aula.
Estes foram alguns dos comentários que os professores deixaram no final do webinar.
Joana Fonseca escreve | “Está só a chamar à atenção!”
É comum ouvirmos comportamentos disruptivos (empurrar, gritar ou fazer birra), autolesivos (bater-se, magoar-se ou deixar de fazer coisas que gosta), ou atípicos (isolar-se, irritabilidade ou desistência) a serem desacreditados como uma simples “chamada de atenção”. Para além da importância de percebermos que o sofrimento pode ser evidenciado através de uma multiplicidade de comportamentos diferentes - o sofrimento não tem uma imagem de marca - é talvez mais, ou pelo menos tão importante relembrar que ter atenção é uma necessidade comum a todos os seres humanos. Todos precisamos sentir o olhar atento, protetor, cuidador de alguém, preferencialmente das nossas figuras de referência.
Uma criança preferirá receber “má” atenção do que nenhuma atenção, porque será sempre melhor ser-se olhado do que não se existir.
Não tenhamos, por isso, medo de prestar atenção.
Como podemos ajudar a criança ou adolescente a usar novas formas de procurar esta atenção?
Dando atenção aos comportamentos, atitudes e características positivas. Estando presente. Fazendo coisas em conjunto. Conversando sobre os seus interesses. No fundo, criando oportunidades de expressão e desenvolvimento, para além, e apesar, dos comportamentos não saudáveis aos quais não queremos dar palco. Fazermos os possíveis para que o comportamento negativo não defina como vemos a criança, sabendo e aceitando também que isto exige um espaço dentro de nós que não estará disponível da mesma forma todos os dias, mas que o podemos cultivar.
Olhar, compreender e aceitar são ingredientes essenciais na relação que potencia o desenvolvimento saudável.
Joana Fonseca | Psicóloga CP 26042
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